foto: William Aguiar

sábado, 24 de julho de 2010

O AUTOR: ALAN AYCKBOURN

Vale a pena conferir a obra de Alan Ayckbourn, o mais aclamado dramaturgo inglês ainda vivo. Alan Ayckbourn teve poucas de suas peças montadas no Brasil, no entanto é um dos autores mais montados no mundo.

Após ter completado 50 anos de carreira, neste ano (2010) os mais importantes prêmios do teatro mundial: Tony americano e o Olivier inglês, ambos pelo conjunto de sua obra.

Faz-se necessário, portanto, proporcionar ao público brasileiro o contato com a sua excepcional obra, que já faz parte da história do teatro mundial.

Alan Ayckbourn escreveu 74 peças de teatro, que foram traduzidas para 35 idiomas e teve diversas histórias adaptadas para a televisão e para o cinema como “Medos Privados em Lugares Públicos” (filme de Alan Resnais). Suas peças tem sempre grande êxito mundial, principalmente na Broadway e no West End londrino, o que lhe rendeu diversos prêmios.

Arguto observador do comportamento humano, Alan Ayckbourn revela em suas obras um universo temático abrangente. O autor escreve - com carpintaria notável e humor inglês característico - sobre homens e mulheres, seus relacionamentos e sua eterna incompetência em viver uns com os outros.

Isso também é o que se pode conferir em “Amigos Ausentes”. Nesta peça o autor faz uma bem humorada crônica da classe média britânica. A deterioração das relações e a dificuldade de comunicação entre as pessoas no cotidiano moderno compõem o pano de fundo desta trama. Assim, o humor nasce do constrangimento destes personagens e da enorme dificuldade que todos têm em lidar com a morte, seja ela a morte de alguém ou a morte do amor. Isso tudo faz com que o espectador se identifique e ria de si mesmo.

**Picture by Eamonn McCabe

Sobre a Peça Amigos Ausentes:

“Na superfície, Amigos Ausentes confirma todas as marcas de Ayckbourn – uma leve comédia de costumes e moral, acentuada por uma perspicaz observação do comportamento humano, recheada de situações constrangedoras arrematadas com humor mordaz. Mas a peça não se trata exatamente disso...Há um outro lado de tirar o fôlego nisso tudo.(...) Os silêncios são explorados até um incômodo limite. O texto nos faz rir do maior dos tabus, a morte e a maneira como lidamos com ela. E a grande ironia é que por trás destas risadas há um confronto igualmente difícil com a morte do amor. Amigos Ausentes não é somente humor negro, é também um humor bastante ácido.” (por Robin Thornber para The Guardian, 19 de Junho 1974)

“Alan Ayckbourn escreveu mais peças do que William Shakespeare e talvez peças tão boas quanto as dele, de todos os tipos e tamanhos. Mas se quiséssemos definir a sensibilidade de Ayckbourn com uma única cena em uma única peça, poderíamos fazê-lo escolhendo uma passagem do segundo ato de “Amigos Ausentes”, uma comédia de 1974 que segue atualíssima até os dias de hoje (...)” ( por Frank Rich para New York Times, 13 de Fevereiro de 1991)

A peça segue a risca o humor de Ayckbourn – relações constrangedoras, silêncios nervosos, conversas insignificantes que se transformam em grandes discussões. E por baixo de uma jovial e quase sempre mordaz superfície, há uma dolorida camada de pessimismo sobre o casamento, mais acentuada aqui do que em seus trabalhos anteriores..."
(Eric Shorter para Daily Telegraph, Londres, 18 de Junho 1974)

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